Por Claudia Carraro*
Imagine um lugar onde cada adolescente não precise perder tempo em escolher a profissão, que não tenha necessidade de preocupar-se com o futuro profissional porque seu sucesso já esta traçado. Um lugar, onde cada pessoa, quando atinge certa idade, se despede da infância sem traumas e já é inserida na profissão, sem ter que passar por dificuldades e nem processos seletivos.
Pois é exatamente isso que acontece na comunidade do filme o Doador de Histórias. No filme, cada adolescente é designado para suas atribuições de uma vida inteira: Asher torna-se piloto de Drone, Ayanda, recreadora; Fiona, Cuidadora de bebês e Jonas , o protagonista torna-se o Recebedor de Memórias. Mas tem um detalhe: o mundo é cinza e sem emoções.
Já imaginou se alguma dessas pessoas não gosta da escolha? Será infeliz pelo resto da existência, pois quem se atreve a contrariar os anciões?
Ainda bem que na vida real não é assim, não é mesmo?
Na vida real é preciso escolher o que vai ser quando crescer. É uma tarefa que para dar certo tem que ser de total responsabilidade da própria pessoa. Não existe fórmula mágica e nem testes que dá instantaneamente a solução para as questões vocacionais. Dá medo sim, angústia, dúvidas, mas faz parte do amadurecimento.
E na vida real, diferente do filme, para quem acha que escolheu errado, há a opção de re-escolher, redirecionar a carreira. Não precisa ser infeliz pra sempre. Não importa a idade que você tem, sempre é tempo de pensar na carreira.
Aliás, essa é outra dádiva que a vida nos dá, a de não saber quando será o fim da nossa passagem por aqui. Portanto, cada minuto da nossa existência é muito importante para ser vivido sem propósito.
*Psicóloga, Coach e Orientadora de Carreiras