FILHO ÚNICO

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Algumas pessoas ainda torcem o nariz ao  deparar-se com famílias onde o filho é único.  Muitas mães ainda sentem-se constrangidas com questionamentos sobre o motivo de não terem mais filhos. Outras já vão logo explicando o motivo para ter um filho único, como se essa opção fosse a errada. São vários os motivos na qual uma família opta por não ter mais que um filho, é uma escolha ou condição de cada um e deve ser respeitada.

Pessoas que não possuem irmãos são logo rotuladas de mimadas e superprotegidas, mesmo não sendo. Os filhos únicos devem ter perdido a conta de quantas vezes foram questionados se não sentem falta de um irmão . É fato, quando alguém descobre que uma pessoa é filho(a) único(a)  logo em  seguida, quase que por regra, vem a pergunta sobre a suposta falta que sente de irmãos, ou sobre a solidão e outras coisas que são consideradas ruins. E não adianta responder que não sente falta de nada, ninguém acredita, pois ainda há um esteriótipo sobre ser único.

O que colaborou para este esteriótipo que ser filho único é problemático foi um livro escrito pelo psicólogo americano especialista em comportamento infantil ,Granville Stanley Hall, em 1896. No livro “Of Peculiar and Excepcional Children” , essas crianças eram descritas como anti-sociais, mimadas e desajustadas. Em seus estudos sobre o assunto, descreveu a sindrome do filho único, que era uma série de comportamentos e sinais que existiam somente em crianças que não tinham irmãos.

Ser filho único era considerado doença. Naquela época, familias  normais eram compostas por vários filhos .Mas desde então a estrutura familiar vem mudando muito e tem se tornado comum casais que optam por ter somente um filho ou as vezes nenhum.

Segundo dados do IBGE, em 1960, a média  de filhos era mais de seis por família , em 2008 diminuiu para 1,8. Atualmente a média nacional é menos de dois filhos por família.

Um fator que ajudou para a dimimuição do número de crianças por familia foi a entrada da mulher ao mercado de trabalho. Antigamente a mãe ficava o dia todo com os filhos e fazia todo o trabalho doméstico. Atualmente, após a licença maternidade, a mãe trabalhadora precisa voltar ao trabalho e não tem mais o dia todo disponível, tendo assim que investir financeiramente em empregadas, babás ou berçários , aumentando assim significativamente as despesas da família.

A entrada das mulheres no mercado de trabalho também mudou o perfil do filho único. Antes a criança ficava o dia todo sozinha recebendo somente os minos da mãe, agora, a maioria dos bebês vai para o berçário já aos seis meses de idade e aprendem com as outras crianças o que não teriam a oportunidade de aprender em casa por não terem irmãos. É saudável a convivência com outros bebês desde cedo, pois irão aprender a importancia de fazer amizades , saber dividir e compartilhar as coisas.

Com a possibilidade do planejamento familiar, as pessoas possuem o direito de decidirem quantos filhos vão colocar no mundo, sempre usando o equilibrio e o bom senso para as escolhas saudáveis.

Afinal, quem opta por ter filhos precisa saber que terá que criar um lugar no mundo para que  eles cresçam saudáveis e felizes  e não esperar que o mundo os crie.

Claudia Carraro

Psicóloga, especialista em Orientação Profissional e Coach de Carreira e Liderança

www.claudiacarraro.com.br

contato:claudia@claudiacarraro.com.br

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