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QUEM QUER SER CIENTISTA?

Por Claudia Carraro

 

A principal pergunta que ronda a vida de um jovem quando ele chega próximo aos 17 anos é: Qual carreira ira seguir? Muitos, quando terminam o ensino médio não possuem a nenhuma idéia sobre qual rumo profissional seguir. O grande número de opções torna a escolha ainda mais difícil. Outro fator que atrapalha é a ilusão de que é possível escolher uma carreira que trará grandes resultados econômicos sem esforço algum.

Muitos jovens, ainda acham que poderão ter êxito na vida profissional, ganhar muito dinheiro e uma carreira de sucesso sem ter que estudar muito, e com isto, a opção em seguir as carreiras científicas vem ficando um pouco de lado, já que para ter sucesso nesta área é preciso estudar e esforçar-se muito devido à complexidade das matérias.

Uma pesquisa chamada Los Estudiantes y La ciência realizada entre 2008 e 2010, pelo argentino Carmelo Polino com estudantes do ensino médio da América Latina e Espanha aponta que apenas 2,7% pensam em seguir uma carreira nas áreas de ciências exatas e naturais como biologia, química, física, matemática e engenharia.

No Brasil, a pesquisa foi coordenada pelo lingüista Carlos Vogt do laboratório de Jornalismo da Unicamp. Participaram alunos de escolas públicas e particulares de São Paulo.

Os dados da pesquisa aqui no Brasil são alarmantes, devido à imensa necessidade de cientistas e engenheiros que o país terá para desenvolver-se nos próximos anos. Segundo a pesquisa, entre os motivos que os jovens apontam para a não escolha de carreiras ligadas à ciência e tecnologia, estão a dificuldade e o tédio das matérias, desinteresse em seguir estudando indefinidamente, poucas chances de emprego, necessidade de sair do país para ser cientista, falta de bons salários, falta de estabilidade dos empregos em ciência, etc.

Estes dados explicam o fato de que o número de alunos na área de ciências já se encontrar insuficiente para as necessidades da indústria e da economia brasileira no futuro. É uma situação que merece muita atenção, pois o futuro do Brasil depende muito dos avanços da ciência e tecnologia e pelos dados das pesquisas atuais haverá um grande déficit de técnicos e engenheiros e o país terá a necessidade de importar profissionais capacitados e preparados.

Vários são os obstáculos que fazem os jovens não entrarem no mundo das ciências, dentre eles estão o alto grau de abstração das matérias, a linguagem própria que tem pouco a ver com o mundo cotidiano dos jovens e o baixo interesse em seguir o magistério que faz com que os professores venham de campos alternativos e pouco interessados em facilitar ou renovar a maneira de ensinar.  Mas, o grande vilão que desanima os jovens é a didática das aulas, que são consideradas difíceis e chatas. Outro fator negativo vem do fato da maioria dos jovens achar  que os cientistas são donos de uma inteligência superior, não se achando capazes de alcançar patamares tão superiores.

Por outro lado, a pesquisa mostrou também que muitos jovens, enxergam aqueles que escolheram a ciência como profissão, figuras socialmente prestigiadas devido o trabalho estar associado a fins altruístas e ao progresso.

O grande desafio para os próximos anos é fazer com que os jovens sintam-se capazes e optem por seguir profissões ligadas as áreas das ciências exatas e naturais. E o primeiro passo á a valorização do professor do ensino fundamental e médio para que este invista cada vez mais em sua própria formação e tornem as aulas mais didáticas e agradáveis atraindo cada vez mais estudantes para profissões como biologia, matemática, química, física, assim como as engenharias. Assim, no futuro, teremos um país construído por brasileiros!

 

Claudia Carraro

Psicóloga, especialista em Orientação Profissional , Coach de Carreira e Liderança

www.claudiacarraro.com.br

contato:claudia@claudiacarraro.com.br

 

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