Traumas Passados, Ansiedades Presentes: O Poder Transformador do EMDR

CategoriasBlogNenhum comentário em Traumas Passados, Ansiedades Presentes: O Poder Transformador do EMDR223 visualizações

No Brasil, a ansiedade atinge cerca de 18,6 milhões de pessoas, ou seja, 9,3% da população vive com ansiedade. E esses são os dados de um relatório da OMS de 2019, ou seja, antes da pandemia do coronavírus. A ansiedade patológica inclui vários fatores como a genética, histórico familiar e fatores ambientais. Mas devemos também levar em conta os traumas vivenciados pela pessoa que desenvolve a ansiedade. As principais ansiedades que aparecem aqui no consultório são a ansiedade generalizada, social, pânico, agorafobia e fobias especificas. Segue abaixo a explicação e cada uma delas e também os traumas relacionados.

Sumário

Imagem:Pixabay

ANSIEDADE GENERALIZADA

A Ansiedade Generalizada, também conhecida como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), é um transtorno mental caracterizado por preocupação excessiva e crônica com uma variedade de eventos ou situações, mesmo que não haja motivo real para preocupação. Pessoas com TAG tendem a se preocupar constantemente com coisas como saúde, finanças, trabalho, relacionamentos e outros aspectos da vida cotidiana.

Os sintomas típicos da ansiedade generalizada incluem:

  1. Preocupação excessiva e persistente: As preocupações são desproporcionais em relação à gravidade da situação.
  2. Inquietação: A pessoa pode se sentir agitada, tensa e incapaz de relaxar.
  3. Fadiga: A preocupação constante pode levar à fadiga crônica.
  4. Dificuldade de concentração: Pessoas com TAG podem ter dificuldade em se concentrar em tarefas devido às preocupações constantes.
  5. Irritabilidade: A ansiedade pode levar a mudanças de humor, tornando a pessoa mais irritável.
  6. Tensão muscular: A pessoa pode sentir tensão muscular, dor de cabeça e outros sintomas físicos relacionados ao estresse.
  7. Problemas de sono: Dificuldade em adormecer ou manter o sono é comum em pessoas com TAG.

ANSIEDADE SOCIAL

Imagem:Pixabay

A ansiedade social, também conhecida como fobia social, é um transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo intenso e persistente de situações sociais ou de desempenho, onde a pessoa tem medo de ser julgada, criticada ou humilhada por outras pessoas. Essa ansiedade é desproporcional à situação e pode interferir significativamente na vida da pessoa. Os sintomas da ansiedade social podem variar de leve a grave e podem incluir:

  1. Ansiedade excessiva: Preocupação intensa e antecipação ansiosa antes de uma situação social ou de desempenho.
  2. Medo de avaliação: Medo de ser julgado, criticado ou rejeitado pelos outros. Isso pode se aplicar a situações como falar em público(desempenho), participar de uma festa, comer em público, entre outras.
  3. Sintomas físicos: Pessoas com ansiedade social podem experimentar sintomas físicos, como tremores, sudorese excessiva, rubor facial, náusea, batimentos cardíacos acelerados e dificuldade em respirar.
  4. Evitação: Muitas vezes, aqueles com ansiedade social evitam situações que desencadeiam sua ansiedade, o que pode levar ao isolamento social e ao prejuízo em relacionamentos pessoais e profissionais.
  5. Desempenho prejudicado: A ansiedade social pode afetar negativamente o desempenho em atividades acadêmicas, profissionais ou sociais. Por exemplo, um estudante pode evitar apresentações em sala de aula, ou um profissional pode ter dificuldade em falar em reuniões.
  6. Autoconsciência excessiva: Preocupação constante com o próprio comportamento e a impressão que estão deixando nos outros, o que pode prejudicar a naturalidade nas interações sociais.
  7. Baixa autoestima: A ansiedade social pode levar a uma diminuição da autoestima e autoconfiança, devido à constante autocrítica e à percepção de falhas nas interações sociais.
  8. Isolamento: À medida que a ansiedade social piora, a pessoa pode se isolar socialmente, o que pode levar a sentimentos de solidão e depressão.

TRANSTORNO DO PÂNICO

Imagem:Pixabay

O Transtorno do Pânico, é uma condição de saúde mental que se caracteriza por episódios recorrentes e inesperados de intenso medo ou terror, conhecidos como ataques de pânico. Estes ataques são acompanhados por sintomas físicos e emocionais intensos, que podem incluir:

  1. Batimentos cardíacos acelerados.
  2. Sensação de falta de ar ou sufocamento.
  3. Tremores ou tremores.
  4. Suor excessivo.
  5. Sensação de tontura ou desmaio.
  6. Náusea ou desconforto abdominal.
  7. Sensação de irrealidade ou despersonalização.
  8. Medo de perder o controle ou enlouquecer.
  9. Medo de morrer.

Os ataques de pânico geralmente atingem seu pico em poucos minutos e podem durar de 5 a 20 minutos, embora a pessoa possa sentir os efeitos residuais por mais tempo.

Além dos ataques de pânico, as pessoas com Transtorno do Pânico frequentemente desenvolvem preocupações persistentes sobre a possibilidade de terem novos ataques de pânico, o que pode levar à chamada “ansiedade anticipatória”. Essa preocupação constante com a ocorrência de ataques de pânico pode levar à evitação de lugares ou situações onde a pessoa teve um ataque de pânico anteriormente.

AGORAFOBIA

A agorafobia é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo intenso e irracional de situações ou lugares nos quais a pessoa se sente vulnerável, exposta ou incapaz de escapar facilmente em caso de emergência. Pessoas com agorafobia frequentemente evitam essas situações ou lugares para evitar sentir-se ansiosas ou em pânico. Algumas situações comuns que podem desencadear a agorafobia incluem:

  1. Multidões: Muitas pessoas com agorafobia evitam grandes multidões, como shoppings, estádios ou eventos públicos, devido ao medo de não conseguirem sair rapidamente se começarem a sentir ansiedade.
  2. Lugares abertos: Alguns indivíduos temem espaços abertos, como parques ou praças, onde se sentem expostos e vulneráveis.
  3. Transporte público: Viajar em ônibus, metrô, trens ou aviões pode ser uma fonte de ansiedade para pessoas com agorafobia, devido à sensação de estar preso em um espaço confinado e com pouca possibilidade de saída.
  4. Lugares isolados: Lugares remotos ou com pouca gente, como estradas desertas, podem ser temidos por aqueles com agorafobia, pois a sensação de isolamento aumenta a ansiedade.
  5. Filas e esperas: A agorafobia também pode se manifestar como um medo de ficar preso em filas ou salas de espera, onde a pessoa sente que não pode escapar facilmente.

Os sintomas da agorafobia podem variar de leves a graves e podem incluir:

  1. Ansiedade intensa ou ataques de pânico quando a pessoa está em uma situação temida.
  2. Evitação persistente das situações ou lugares temidos, muitas vezes levando a limitações significativas nas atividades diárias.
  3. Sensação de medo ou apreensão constante em relação a possíveis situações de desencadeamento.
  4. Sintomas físicos, como palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, náuseas ou tonturas, quando expostos a situações temidas.
  5. Preocupação excessiva com a possibilidade de passar mal, perder o controle ou se envergonhar publicamente nas situações temidas.
  6. A necessidade de ter um companheiro próximo ao enfrentar as situações temidas.

FOBIA ESPECÍFICA

Imagem Pixabay

Uma fobia específica é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado por um medo intenso, irracional e persistente de um objeto, situação, animal, atividade ou ambiente específico. Esses medos são desproporcionais ao perigo real representado pelo objeto ou situação e podem levar a uma evitação significativa do que é temido. Os sintomas de uma fobia específica podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:

  1. Ansiedade intensa: Quando confrontada com o objeto ou situação temida, a pessoa experimenta ansiedade extrema. Isso pode incluir sentimentos de pânico, terror, nervosismo intenso ou uma sensação avassaladora de medo.
  2. Evitação: Para evitar a ansiedade associada à fobia, a pessoa pode fazer esforços significativos para evitar a situação ou objeto temido. Isso pode interferir na vida diária e restringir a liberdade da pessoa.
  3. Resposta fisiológica: A exposição à situação ou objeto fóbico pode desencadear uma resposta física, como aumento da frequência cardíaca, sudorese, tremores, falta de ar, náusea ou sensação de desmaio.
  4. Reconhecimento do irracional: A pessoa geralmente reconhece que seu medo é irracional e excessivo, mas ainda assim não consegue controlá-lo.
  5. Impacto no funcionamento diário: A fobia específica pode ter um impacto significativo na vida diária da pessoa, afetando sua capacidade de trabalhar, estudar ou realizar atividades cotidianas.

Exemplos de fobias específicas incluem a fobia de aranhas,  a fobia de altura, a fobia de voar,a fobia de agulhas , de animais e muitas outras.

ANSIEDADE RELACIONADA À TRAUMAS

É importante notar que nem todas as pessoas que experimentam traumas desenvolvem ansiedade. O desenvolvimento de uma ansiedade é influenciado por uma combinação complexa de fatores, incluindo predisposição genética, histórico familiar, personalidade e outros fatores ambientais.  Porém a experiência traumática explica sim muitas ansiedades.

A psicoterapia de EMDR é baseada no modelo de Processamento Adaptativo da Informação(PAI). O modelo de processamento adaptativo da informação(PAI), supõe que a grande parte das patologias resultam de experiências anteriores ruins da vida e que não foram processadas de maneira saudável e adaptativa. Quando uma situação é muito estressante ou ocorre de forma prolongada as emoções, pensamentos e sensações corporais podem ser experimentadas no presente do mesmo modo de como aconteceu no passado.

A seguir alguns exemplos de traumas e experiências adversas que podem se transformar em transtorno de ansiedade:

TRAUMAS NA INFÂNCIA

  1. Abusos: Crianças que foram vítimas de abuso têm maior probabilidade de desenvolver ansiedade devido ao estresse crônico, à sensação de falta de segurança e à dificuldade em confiar nos outros.
  2. Negligência: A negligência emocional ou física na infância pode levar a uma sensação de abandono e insegurança, contribuindo para o desenvolvimento da ansiedade.
  3. Divórcio dos pais: A separação ou divórcio dos pais pode ser um evento traumático para crianças, e a incerteza e a instabilidade resultantes podem aumentar a ansiedade.
  4. Morte de um ente querido: A perda de um pai, irmão, amigo próximo ou outro ente querido na infância pode causar ansiedade e preocupação crônica sobre a perda e a segurança dos outros.
  5. Bullying: Crianças que são vítimas de bullying frequentemente experimentam níveis elevados de estresse e ansiedade, que podem persistir na idade adulta.
  6. Testemunhar violência doméstica: Ver a violência entre os pais ou cuidadores na infância pode ser extremamente traumático e contribuir para a ansiedade na vida adulta.
  7. Problemas familiares crônicos: Viver em um ambiente familiar disfuncional, com conflitos constantes e estresse, pode aumentar o risco de desenvolver TAG.
  8. Problemas de saúde crônicos: Crianças que enfrentam doenças crônicas ou hospitalizações frequentes podem desenvolver ansiedade em relação à saúde e ao futuro.

TRAUMAS EM ADULTOS

  1. Trauma de guerra: Veteranos de guerra que foram expostos a situações de combate, morte e violência podem sofrer de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outros traumas relacionados à guerra.
  2. Violência doméstica: Adultos que foram vítimas de violência física, emocional ou psicológica por parte de um parceiro íntimo podem desenvolver traumas duradouros.
  3. Acidentes graves: Envolvimento em acidentes de trânsito, acidentes de trabalho ou outros eventos traumáticos, como desastres naturais, podem resultar em traumas físicos e emocionais.
  4. Abuso sexual: Vítimas de abuso sexual em qualquer fase da vida podem experimentar traumas profundos e duradouros.
  5. Perda de um ente querido: A morte de um cônjuge, filho, amigo próximo ou membro da família pode ser extremamente traumática e levar a luto complicado ou transtorno de luto.
  6. Trauma racial ou discriminatório: Pessoas que experimentaram discriminação racial, étnica, de gênero ou religiosa ao longo de suas vidas podem sofrer traumas psicológicos devido a essas experiências.
  7. Trauma médico: Diagnósticos graves de saúde, cirurgias traumatizantes ou experiências médicas negativas podem causar traumas físicos e emocionais.
  8. Assalto ou violência: Ser vítima de um assalto, assédio sexual, agressão física ou outros crimes violentos pode resultar em traumas significativos.
  9. Abandono: Sentimentos de abandono, seja devido a separações, divórcios ou a perda de relacionamentos significativos, podem ser traumáticos.
  10. Desastres naturais: Sobreviver a desastres naturais como terremotos, furacões, incêndios florestais ou inundações pode causar traumas imediatos e duradouros.
  11. Experiências de guerra ou conflito: Adultos que vivenciaram guerras ou conflitos em seus países de origem podem carregar traumas relacionados à violência e ao deslocamento.

O importante entender que todas estas ansiedades possuem tratamento. A psicoterapia de EMDR vai reprocessar os traumas relacionados à ansiedade fazendo com que a pessoa tenha uma vida funcional e equilibrada.

Quer conhecer mais a terapia EMDR, clique aqui

Claudia Carraro

Psicoterapeuta de EMDR e Especialista em Carreiras

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *